À noite, cinco em um.
O que desce no meio do caminho.
Dois que só falam; o dos argumentos; o que entende, até estende, só concorda.
O que ouve tudo que houve.
E aquele que, do meio para o fim, entende, até estende, em parcas arestas discorda.
Enquanto os carros transitam, a convenção emerge no escuro do monólogo de roteirizar com Claudio Assis e Hilton Lacerda. Seu Heitor sob(re) quatro rodas, arquejante de verdades.
Violências, virulências, obsolescências, nenhuma condolência. Os crimes banais, os moralismos letais. Quando em três, comportadas indecências com a Auxiliadora dos outros.
Aquele média metragem da vida, criado, rodado e exibido na tela da oralidade do sistema. Soco auditivo no estômago e na mente. Ou diria certa Kika pós-escova, cujo pecado também morava ao lado, “eu não gosto desses filmes violentos”, ao tempo que o escovar frígido vadiava.
Thriller de deixar atenção e pés atônitos, acalmados pelo contraveneno da realidade, tão veraz quanto a que vinha do banco da frente; o cotidiano sem floreios. O mesmo que cercará Kika quando largar a escova e provar as sonhadas rolas.
Olhe os eflúvios do narrador na forma de palavras escritas? Quando vira “filme violento” e desce o último passageiro…