Nada a ver com banda cover dos Beatles, por mais que os fãs, de uns anos para cá, não tentem se aproximar muito das características dos Fab Four. É algo mais na praia do “tenho todos”, “nenhuma banda presta, só os Beatles”, “o Estado mais Beatles do Brasil” e outras imbecilidades.
A arroba fala por si.
Rede social, ponta do novelo de degradação da internet atual, contínua, desde que “blog é um diário virtual” virou exibicionismo da individualidade forjada à coletividade forjada pelo individualismo – massificada e/ou restrita nem que seja a um grupelho de dez, vinte amig@s.
Os desenvolvedores oferecem os subsídios, e os umbigos-usuários preenchem como querem. O que estranha é que o querer e o não querer, de quem utiliza mais pela rede que pelo social, elementos assustadoramente homogêneos. Um leque de formatos para comunicação, seja por câmera, mensagens estilo e-mail (dito como ultrapassado pela nova onda de usuários da www), galerias de imagens e áudios, ainda não tem o olfato e o tato, e incrível, a sensação é de poleiros e papagaios. No plural pela condição maniqueísta que prepondera, mas é um poleirão.
Tão homogeneizada que se o texto parasse aqui seria tido como contra as redes sociais, assim como questionar determinada ação de uma religião o faz ateu, a de destacar a falha de um clube de futebol o coloca nas arquibancadas do arqui-rival, etc. Preguiçosos simplismos. Os quais, na Era d@s Bitol@s, o tempo não é dinheiro, e sim sono e compreensão tendenciosa de um lado para o outro, em linha reta.
É um liquidificador de lâminas quase cegas, cujos ingredientes, para serem triturados na íntegra e darem mais sabor aos inúmeros paladares, deixam pedaços de temas que pertencem ao senso comum do perfil com mais seguidores/amigos, quer por ser de direita, de esquerda, da modelo gostosa, do fofoqueiro, time do coração. Um punhado de informações transformado em biscoito para os louros. Evil papagalis.
A partir dos mal triturados, ou biscoitos de um pacote só, os louros humanoides fingem que o repertório vai além de pedir o crocante e opinam, opinam e… opinam, proliferam biquinhos e sensualizam, anemicamente, em qualquer lugar. Nem falar do habitat natural, a telinha da rede ou mídia (anti)social predileta – tem auges de inteirados com perfis em cada uma -, mas no banco da praça, na fila do banco, na enquete da tv, no panfleto do político, carrossel de sumidades.
Água e óleo unidos em gororoba. Sem fígado, existencialismo e ouvidos que aguentem, inclusive para os one in a million fora do circuito, ou pior, dentro pelo caráter ostensivo de não fazer parte. Déjà-vu de opiniões que impressiona. O triste fim do porralouca, encurralado nesta combinação absurda, logo ele, misturante por natureza, limitado a um poleiro, servido de bolachas-hashtags da Baixa Idade da Informação.
Só se sabe que el@s tudo sabem.
(continua)