Digna Santeria

15-08-2015a

Reprodução/www

A foto circulou na manhã da reabertura da representação diplomática dos Estados Unidos em Havana, seria outra das tantas vistas ao longo da história, país que “segura o porta-estandarte” e “tem a arte, tem a arte” e só foi à Copa do Mundo futebolística uma vez. Portanto, los logros não são facilmente esquecidos ou destruídos em meias palavras.

O Atlântico, aliás, era pano de fundo para a imagem predileta das primeiras horas do 14 de agosto, Mr. Kerry e seus soldados hasteando a stars and stripes em solo cubano. O mar brilhava, ele que desde 1959 não trouxe a esquadra prometida, que “tem o poder de destruir 100 vezes o Planeta Terra”. Quem esperou por ela, secou como numa poesia…

Nem pelo ar. Contaminaram pessoas e agricultura, mas mísseis de precisão cirúrgica e Fortalezas Voadoras conduziram a dor para muito$ canto$, menos às barbas do mar, terra e ar habanero.

De volta à fotografia original, a segunda interpretação quando, de outro ângulo, a solenidade de reabertura pegou não o oceano, mas… o bonito prédio azul e branco, de esquina, suas duas longas madeixas embandeiradas, cujo endereço é exatamente ao lado da embaixada. Surpresa. Um numa esquina, o outro, noutra. Não foi difícil recordar de uma fala do Fidel, na qual disse não permitir queimar bandeiras, como respeito ao povo do país opositor, eram divergências entre governos.

A terceira sensação está à esquerda do imóvel, ao alto, a reafirmação de tudo isso: nova bandeira, outro prédio, também a apontar territorialidade. Sutil. Sem Camilo, Che, 26 de Julio, embora todos moralmente encrustados em cada ponto de costura e tintas dos pavilhões.

O voto de trégua de ambas nações bem reflete isso.

Ao final do dia, circulou notícia e imagem com Mr. Kerry de queixo caído com a visão romântica de la Habana Vieja, contemplando um veículo. Aliás, este “vieja” poderia nem ser tão vieja assim… Uma das faces do opressor, mas opressor como esse perante o país vizinho, décadas e décadas de abafa econômico e suas decorrências, é a Síndrome de Estocolmo. Ao jogar tão sujo e ver os “vermes” rastejarem sem qualquer hipótese de rendição, os senhores da razão engolem a língua, nem que para isso aparentem tê-las. Nem razão, nem língua.

“Mi piel es de cuero, por eso aguanta cualquier clima”.

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15-08-2015b

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