Tudo Supernatural

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O compositor e guitarrista mexicano, Carlos Santana, voltou ao Brasil para lançar o novo álbum, ‘All That I Am’, país no qual cumpriu uma agenda de três shows, como em São Paulo (Anhembi) no dia 17, além do Rio de Janeiro (Apoteose) no dia 18 de março de 2006. Em Porto Alegre a data reservada foi o dia 15 e ele, que não mostrava o seu trabalho em terras brasileiras desde 1996, voltou, como sempre, triunfal, com as suas guitarras mágicas e uma banda que de coadjuvante não tem nada.

Após o show de abertura com o Fernando Noronha e Gabriel Guedes, o hermano de Autlán de Navarro, México, manda as primeiras notas diante de um ginásio lotado e com os milhares de leds do telão ao fundo a reproduzirem imagens que iam desde as boas vindas do voo atônito de um pombo branco às tribos africanas, cenas multicoloridas da trajetória do guitarrista, e claro, com a trupe musical de all stars. No Gigantinho, o time de músicos tinha o meio-campo entrosado e mostrou isso a partir de ‘Jingo’, sucesso de 1969 e a primeira a ser executada na noite. Velhos conhecidos do porte de Chester Thompson (teclados) e Raul Rekow (percussão), ambos no grupo desde a década de 70; Bennie Rietveld (ex-Miles Davis, John Lee Hooker, etc.), baixista que junto ao Dennis Chambers (bateria, ex-Parliament & Funkadelic, Herbie Hancock, etc.) assinaram um solo invejável de bateria e baixo que ultrapassou a casa dos dez minutos, de dar canseira de George Clinton a Agathocles. Mr. Rietveld mostrou que realmente toca guitar bass. O time ainda era formado pelos metais de Bill Ortiz (trumpete) e Jeff Cress (trombone), Tommy Anthony (guitarra e backing vocal), Karl Perazzo (percussão também) e Andy Vargas, vocalista. Como dizem os boleiros, “o grupo tá fechado, o grupo tá unido”.

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A partir da segunda faixa, uma sequência de canções dos discos ‘Shaman’ e ‘Supernatural’, este um arrasa-quarteirão lançado em 1999, vencedor de Grammy e também por isso ‘acusado’ de pop (significado anos 2000) por muitos. Lá pela metade mandou a balada ‘Samba Pa Ti’, do álbum ‘Abraxas’ (1970), cuja execução teve uma faixa incidental que garantia o frisson patriótico pelo menos por enquanto com ‘Aquarela do Brasil’; a também incidental ‘Exodus’, cover do Bob Marley; ‘Batuka/No One To Depend On’, do ‘Santana III’ (1971), a ‘Black Magic Woman/Gipsy Queen’, ‘Oye Como Va’, para abrir o bis com a woodstocker ‘Soul Sacrifice’, continua a incendiar com ‘Smooth/Dame Tu Amor’ e ‘Corazón Espinado’, e de saideira, ‘Evil Ways/A Love Supreme’.

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Sem visitar o carnaval da Bahia, almoçar com o presidente ou ver/ouvir o nome da Argentina ser vaiado em pleno Morumbi por milhares de espectadores alienados, Santana & banda não deixaram a desejar em relação às últimas turnês que passaram pelo País do Futebol (U2 e Rolling Stones). Como alardear e passar na tv não é exclusivamente por mérito, e sim uma gama de interesses, Carlos vem pela terceira vez ao Brasil, que desde 1971 tem o prazer de ver em seu território um dos maiores representantes da história do Rock; autêntico, latino-americano e internacionalista. ¡Viva Santana!

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. Repertório .

Peace Intro

1. Jingo

2. I Am Somebody

3. Love of My Life

4. Africa Bamba

5. Victory Is Won

6. Concerto/Maria Maria

7. Foo Foo

8. Samba Pa Ti

9. Batuka/No One To Depende On

10. Boogie Woman, com Gary Rich

11. Spiritual/Yaleo/bass & drums solo

12. Black Magic Woman/Gipsy Queen

13. Oye Como Va

– – –

14. Soul Sacrifice

15. Smooth/Da Tu Amor

16. Corazón Espinado

17. Evil Ways/A Love Supreme

* Para saber mais: *
. www.santana.com .

por Ricardo S.
Imagens: Reprodução/wwwCarlos ‘Iky’ Porto/Heavy RS
(Publicado originalmente em 2006)

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