Desde a Tierra de Gracia

26-09-2016a

Dia 14 de julho simboliza a data de falecimento do Generalíssimo Francisco de Miranda, a qual cumpriu 200 anos em 2016, desde a prisão de La Carraca, em Cádiz (Espanha).

Da Plaza Miranda, ponto de partida da passeata, ao Panteón Nacional, onde aconteceu ato público internacional, Caracas recebeu jornalistas, políticos, movimentos sociais, diplomatas, locais e estrangeiros. Registrado e exibido ao vivo, o final de tarde deu voz a parte dos convidados, que manifestaram aspectos em torno de Bolívar, Miranda, Chávez & Revolução Bolivariana, e talvez daí surgiu a entrevista ‘Venezuela Hoje’, entre o único representante da Terra Brasilis, o deputado federal Paulo Pimenta (PT), e o jornalista Ernesto Villegas, dias depois (20), no Brasil. Pimenta foi um dos que se expressaram naquele bicentenário.

Apesar do ‘Hoje’, os 40 minutos de conversa têm um pé na pilha negativa que a mídia empresarial impõe em torno do país hermano, porta-voz de interesses pessoais e dos gringos. Igualmente não serão assimilados sem que a boa vontade histórica remonte à Tierra de Gracia, nome dado pelo navegador e usurpador, Cristóvão Colombo, e aos espectadores brasileiros, olharem-se desde o cabralino Monte Pascoal ao presente.

Percebe-se que o encontro coube a um deputado-jornalista, enquanto que as indústrias nacionais de notícias deixam passar uma fonte profissional acerca da Venezuela. Logo elas, que à mínima menção ‘Regulação da Mídia’ esperneiam, que “o Brasil não vai virar uma ditadura, uma Cuba, uma Coréia do Norte”; pura falácia, preparava pela enésima vez um golpe e selou o Estado de Exceção por sabe-se lá quanto tempo. Não importava entrevistá-lo em alguma tarde de analistas pseudo-intelectuais para meros espectadores da maioria das tevês brasileiras, não cabia ouvir o outro lado.

Assim mesmo, com ambos dispostos, significa praticar a entrevista, um a perguntar, o outro, a responder, e descobriram os fatos como recompensa de um diálogo. Os temas são muitos para pouco tempo, o que se supõe pelas agendas profissionais, no entanto, que largassem as curiosidades instigadas pelo agenda setting dos patológicos da web 2.0. A estes, passou do momento de boicotá-los, pois ao contrário do que picham sobre a vizinhança, camuflam a onipresença aqui, mantida desde a transição de gabinete Monarquia-República, no final do século XIX, início do XX.

Coloquemos os preguiçosos para buscar ‘um único’ político opositor venezuelano e verificar a quantidade de microfones, gravadores, celulares, câmeras, e se não for pedir demais, os que acompanham os passos presidenciais. Familiaridade com o quadro daqui? Progressistas têm a TVT, a matam e não matam EBC, alguma TVE.

Quanto à subsistência, como entender que os itens básicos, água, eletricidade, combustíveis, sejam tão acessíveis, mas alimentos somem nas áreas populares… Lembra alguma coisa do Gigante Sul-americano quanto à recente tomada do poder, e sobre a inflação e escassez nas prateleiras, a vivida no Governo Sarney, quando mudava o plano econômico e os detentore$ dos alimentos rompiam, de forma momentânea, com o Planalto – e o povo, bem, um detalhe.

A troca de impressões é vital e passa longe das donatarias midiáticas da região, a serviço das transnacionais – jamais das nacionais. Quanto mais diálogo, melhor, e lembrar que a partir de janeiro de 2001, com a primeira edição do Fórum Social Mundial, foram inauguradas várias redes, estas sim, sociais, que alternam instantes de alta e calmaria, porém pulsam distantes do atraso calculado dos que querem nos desagregar, de novo. Façamos e basta, somos a mesma raiz, nosso diferencial está em “Los seres humanos, nuestra gente”, assim concordaram Paulo e Ernesto ao final. Quer dizer, ponto-continuando.

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