Cada um com o nome fantasia, talvez colocados nas campanhas pseudo-carinhosas, encampadas por jornais, sites, órgãos públicos. Códigos de prisão.
Ali não estavam para reprodução e readaptá-los à liberdade, sob argumento ‘científico’ de preservar o último casal ou o último macho das suas espécies.
Antropocentrismo, à la
“Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família ao Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos”
Os macacos que não mais comerão pipocas seriam o casal de leões de Santiago (Chile), vulgos Manolo (ele) e Flaca (ela), as notícias internacionais vêm floreadas com isso. O outro macaco sem pipocas, um primo gorila, Harambe, nome de cárcere.
O casal, um jovem conduzido a entrar na jaula dos felinos, certamente saturado da sua prisão social. Mamãe e papai deixaram o Netinho solto num lugar de diversão como um zoológico, e o orgulho do vovô entrou na cela do parente africano, em Cincinnati (Estados Unidos). Coisa de “we’re a happy family” em regime semi-aberto da sociedade.
Há comoção da maioria pós-moderna, entre buscar culpados e reclamações vis. A minoria, que ‘perde’ tempo em observar olhos e corações extra-humanos, resiste como os que sobrevivem, até que alguém da maioria, como se não bastasse aprisioná-los em urros e sussuros, insista em invadir os únicos metros que restam.
Os três morreram, o que vale é o público; a atração, a depender.
Os invasores de cárceres… graças a Deus, sobreviveram dos ataques das feras. Voltarão para o abraço da sociedade.
Os atiradores, todos de olho. Se os inquilinos não forem dóceis – .b.a.l.a.
#ZoológicosNão #NoMásZoo #NoALosZoologicos
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