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A quadra prescreve:
“Quem quiser remédio santo
Lenitivo para tudo
Procure o Conselheiro
Que ele está lá em Canudos”
Milhares de inocentes caíram, uns contra e outros a favor dela, que emoldura esse território de esperança a céu aberto. A cerca, que entra para a história como elemento mórbido da crença de ser possível degolar a legítima defesa do único pedaço de chão.
Hoje, encontra-se tal remédio santo ao conhecer um pouquinho além das cinco alternativas da múltipla escolha de vida. Há também a hipótese de ouvir o silêncio extremo do cenário. Só os sinos caprinos, ao longe, como estrelas cadentes, de quando em quando, recordam a existência de seres vivos e a aura que embevece o Açude de Cocorobó.
Fora a cerca, a paisagem tem o irradiar tão intenso que nem fogo, água e desumanidade ofuscaram. O arame farpado não reluz, ao contrário desse horizonte similar aos campos de girassóis, regado à surpresa do ódio alheio e a precisar resistir. Ai de quem abrir a mente e o peito para senti-lo; ai de quem renegá-lo.
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