¡Acteal vive!

15-02-2016a

Reprodução/www

O vídeo era rápido, trazia imagens que em quase dois minutos sintetizava a agenda do Papa Francisco I por Ecatepec de Morelos. No final, indiozinhos tocando algo como violino, rabeca, o que por lá deve ser outro nome, mas é no corte rústico, se comparados com os europeus, que as Missões vêm à mente.

Quem for curioso com este período da colonização do Nosso Continente sabe que a música era um dos canais de apresentação da cultura européia aos originários, ou se preferir, de aculturação destes. O fabricar do próprio instrumento estava na ordem do dia, daí atribuir o rústico, afinal, a base a ser imitada era a do Velho Mundo.

Vale a reflexão individual, garoto a garoto, e vê-los ali, entre o aprender nos choques de culturas que fazem parte do Homem e o jeito de amestrados para a Corte, no caso, a Igreja, mostra que a História se repete, e no caso da notícia televisiva, que quinhentos e tantos anos é pouco para desprender ou avançar nos prós e contras, num continente que os atos não os permitiu a liberdade.

A sequência de materiais que chegam, como a fonte trabalha com o jornalismo como ele deveria voltar a ser, trouxe Ciudad Juárez e San Cristóbal de las Casas, os problemas destas cidades, similares aos de Ecatepec ou qualquer reduto latino-americano, suas cargas históricas, distâncias das capitais, não serem cidades ‘grandes’, viverem em fronteiras, e a desesperança em nível de apostar ‘uma vida melhor’ num país diferente e uma das peças influentes no tabuleiro da dominação, no caso, mexicana.

No decorrer do assisti-los, publicaram um recorte de 1903 de autoria de Belisario Domínguez, político pelo território chiapaneco. Se não tivesse data e fotografia, infelizmente, 113 anos não fariam a diferença, para a lástima da sociedade maia do sul do país. Depois, e por isso, é fácil quando insurgentes não aguentam mais, levantam-se em 1994 e carimbam-lhes como ‘guerrilheiros terroristas’, soltam o Exército do próprio México para reprimir e, 12 anos a seguir, lá está um Papa e os informes que motivaram estas palavras.

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Aos fiéis extra-originários, coube participar de hashtag na citação da primeira-dama do Estado de Chiapas, por exemplo, ‘celebrity’ latina de ex-banda teen que, como no manjado conto de fadas latino, ostentam sob o sangue de colônia, índios serviçais, minoria branca ou mestiça – menos indígena! – que explora as riquíssimas terras sagradas maias, travestidas no rótulo ‘a região mais pobre do México’.

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