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É possível que quem registrou a imagem ou o primeiro argumento na web tenha o mesmo fetiche que a pequena multidão que cerca a senhora da foto. A expressão de desconexão dos conectados ela não tem, a pressa do status Anos 2000.
Houve o contraponto feito por um leitor (dinâmico, como pedem os dias), arrá, pegaria os que odeiam as tecnologias, se houvesse saco e o local da informação fosse sul-americano, a aversão à modernidade ganharia tons (a)políticos, atribuiria como seita pós-modernesca de apreciar não para si, mas para mostrar aos demais massivamente desimportantes, certos partidos e figuras políticas. O rebelde pós-qualquer coisa deve ter feito como aqueles superficiais de busca virtual, em que pegam um detalhe para caçoar ou apenas perder-se na crista da onda e rebate, no perfil de terceiros, para mostrar o seu e a sacação.
Imagina-se a busca: multidão tirando fotos.
Procurar.
Um, dois, três! Resultado: “P&B; fotógrafo é um tal fulano de tal (nome gringo valoriza o meu capital alheio de desconhecimento da discussão irrelevante); um presidente aí, acho que é dos Estados Unidos; vintage; memória; estilo; blah blah blah”
Nixon foi o sorteado pela busca virtual, e o argumento do ciberativista em defesa do ridículo pelo ridículo compara o rolo logo esgotável do filme fotográfico com as possibilidades quase in(finitas) dos cartões de memória.
Quantas imagens do cartão de memória vão parar no porta-retrato… Na contracapa do caderno… Enviadas pelo correio… Mostradas ao conhecido (físico) em visita (física)… Os vídeos gravados no megashow, daqui a 10 anos, com a mídia obsoleta, pagar para convertê-la na próxima, a fim de não perder o momento… As que se perderão com a primeira pane do computador/teléfono ou deletar por acesso de agora ser adulta, apagar o passado e nem o scanner salvar nessa hora (seja para relembrar consigo expressões ou postar no Dia das Crianças para ser percebida de alguma forma)… Se as poses serão selfies & hypes…
O debate impositivo da senhorinha versus o presidente é tão frágil quanto a defesa no Watergate. Com o agravante de que em um o interesse é do alheio na… felicidade alheia. Não era o Nixon dos Vietnãs, de quem um riso pode significar a descontração ou a guerra, ele ou interesses internacionais, e não uma senhora na multidão, despreocupada em chegar em casa, descarregar, upload e ser mais um pombo na praça a esperar milhos online.
Velho ou novo, decididamente, nunca foram questão de idade. Ou de recursos tecnológicos, e inaproveitados.
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