Quando as sombras dos obituários pairam sobre o caminho, o mínimo olhar analítico revela a necrofilia.
Se gosta, segue a corrente. Se gosta e questiona, vergonha alheia. Se não conhece, presunto à mesa, ou um tipo pós-moderno, que procura uma legenda e vai pelo bom ou mau.
Quem escreve “Si siente tendrá soledad”, pelo andar da carruagem humana, é enquadrado vivo e morto. O tal pós-moderno “ou, ou” consegue adotar um caído e bancar que compreende, o Hipócrita Nosso de Cada Dia!
Para solidão, há prescrição médica. Ridicularização. Escanteamento. Dor de cotovelo. Mas na timeline fúnebre, no lamento que chega da Terra do Fetiche, sentem a morte de quem… sentiu e teve solidão. Que não deu bolas para a prescrição, ridicularização, escanteamento, dor de cotovelo. A solidão proibida nos consultórios e convenções de esvaziados.
A valentia de optar por sentir, viver a solidão coletiva, criativa, incessante, consumida como benzocaína ocasional direto para a mesa do Senhor Cidadão.
O implicante criador, inquieto, para a felicidade triste dos necrófilos fast food, tem a petulância de dissecar as veias abertas da existência: “Si me caí, es porque estaba caminando. Y caminar vale la pena, aunque te caigas”.
Pior, “Ojalá podamos ser desobedientes, cada vez que recibimos órdenes que humillan nuestra conciencia o violan nuestro sentido común.”
Gente assim não dá, tragam-no cartelas e cartelas de ansiolíticos, espalhem pelo Whats, aos amigos, aos profissionais, a todos aqueles que precisam ganhar dinheiro e suas filo$ofia$ pura$. Menos um! Mas até sair dos trending topics ou pagar de cabeça para o reles interesse mais próximo.
Matemos mais uma vez o agnó$tico defunto, passional:
“Me pareció una historia digna de ser contada y de ser aprendida en este mundo que practica la cultura del vértigo, y que no cree en nada que no sea la velocidad y la rentabilidad. Si algo no es rentable es sospechoso y quizás muy malo. Y si algo no es muy veloz, no sirve y hay que tirarlo. La mayor parte de las necesidades son falsas e inventadas por la publicidad, no son reales. En general, el mundo está compuesto por países condenados a competir entre sí y que practican esta cultura global que nos enseña que el prójimo es un competidor, un enemigo, rara vez es una promesa. Casi siempre es una amenaza, alguién que te va a quitar algo, el empleo, tu casa, tu mujer, qué se yo… No todos son jodidos en el mundo, pero da la impresión de que vivimos condenados a obedecer a una dictadura del miedo que necesita de enemigos para poder justificarse.”
Ora, ora, o próximo é um competidor, inimigo, no máximo uma promessa, cuja presença ameaça o emprego, a casa, a mulher… Quem ele pensa que é, para falar o que pensa? “Não se diz tudo que pensa!”, ensinam com palmatórias os julgadore$ da promissão do êxito infalível mas não no meu terreiro, aqueles que se antecipam para defender os pratos das misérias fartas de nada.
Deixem-nos no outro mundo possível. Con los minusválidos que somos.
Ayer, ahora y siempre en la memoria del nuestro fuego, Maestro.