As mentiras, um prato incompleto, mas transbordante de indiferença.
O recorte do aquecimento midiático que incorreria na ‘Guerra do Golfo’, no segundo semestre de 1990, mede o egoísmo com o uso inicial das crianças retiradas das incubadoras e assassinadas pelo governo do Iraque. Pormenores no contexto geopolítico que viria. De assassinos de berçários e do povo do país fronteiriço às ‘armas de destruição em massa’, as quais incitaram à contra-invasão salvadora ocidental.
Tristeza era o que estava por vir. Pior que mais de 312 mortes foi a dor dos congressistas norte-americanos; a medida necessária do imparcial Conselho de Segurança da ONU, amparada pelo relatório da Anistia Internacional e do depoimento da jovem Nayirah a um mundo já consternado. Sofrimento que ecoou nos funcionários da assessoria de imprensa norte-americana, ‘Hill and Knowlton’, tão envolvidos com o lado humanitário que esqueceram de falar, por exemplo, sobre petróleo. Acontece, tinham direito aos sentimentos como qualquer um.
Chocante o caso dos infanticídios que abalaram o mundo. Toma o tempo para indignação por dias, anos, impressos, audiovisuais, e elas, as conversas intelectualizadas! Na maternidade da cidade do destemido espectador, com o filho da família ao lado ou desconhecida, sob qual lado político ou se num povoado de dois mil habitantes às margens do Ganges, vale silêncio tumular.
O apêndice cruzadístico continua ali, espalha-se para outros países em propagandas de pernas cada vez mais curtas, como las mentiras y sus morbosos.
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