Justiça Jara

Reprodução/www

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Setembro de 1973, a poucos dias dos seus 41 anos, Víctor Jara caía pelas mãos da ditadura chilena incipiente.

Tema frequente pela força das suas palavras e sons, e a virulência da execução, multiplicada por inúmeras vítimas caçadas de igual forma num regime que acabou, em parte, no ano de 1990.

‘Em parte’ por trazer novas páginas, cuja mais recente consta a possível punição do ex-tenente Pedro Barrientos em processo que corre nos… Estados Unidos!?!?!?

O enredo é o de causas tornadas emblemáticas para isentar o governo local de responsabilidades e/ou de valores milionários para reforçar a ideia de ‘país justo’: 28 milhões de dólares para a família do músico, para saldar os danos e prejuízos provocados pelo crime, além de manter a janela aberta para futura extradição para o Chile, no caso de mais imputações contra o réu.

Tudo a correr na circunscrição de Orlando, Flórida, estado predileto dos latino-americano$ com serviços prestados ao “In God We Trust”.

No país andino, Barrientos tem acusações de homicídio, sequestro qualificado, sequestro simples, etc., mas reside no país empregador do Plano Condor desde 1989. Quanto aos Jara, segundo o sítio ‘Comunidad Latinoamericana Revolucionaria Bolivariana’, são cuidados juridicamente pelo Centro de Justicia y Responsabilidad (CJA), organização de São Francisco, Califórnia, e o escritório Chadbourne & Parke, de Nova York.

Com 67 anos, señor Pedro não deixa de ser um bode expiatório, pois há possibilidade de uma pessoa tanto cometer somente um crime quanto agir sozinho, porém os depoimentos relacionados ao ex-tenente trazem outros envolvidos, como é praxe num sistema corrompido. Tem ditador, ministros, informantes, militares, civis, interesses nacionais e internacionais, todo um serviço de informação com farta documentação que o comprova.

Elementos que criam surpresas básicas: um no banco dos réus – ou 5, 10, 100, 500 que fossem -, processado no país que o recrutou, e com hipótese remota de extradição para o local dos crimes. E pegar um Víctor entre milhares e milhares.

A exclamação sobressalente é como permanece a predisposição da maioria dos países da região a não defender o povo – de cada Estado e do continente que desde 1492 é saqueado. Mancham instituições, países, vidas, como assalariados mal pagos por estrangeiros, estes que após uma temporada, ainda pinçarão alguns ‘empregados’ para punirem,

Antes de qualquer ideologia vermelha, preta, verde, ‘patriota’ ou a nomenclatura que for, não dá para visualizar o ‘lucro’ dos cooptados. Genética de capitão do mato… capitão que faz a repressão para entregar o próprio mato como soldado raso para exército externo.

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