‘Geral’, de Anna Azevedo, no mesmo 2010 em que fora lançado, figurou no ‘Porta Curtas Petrobras’. Agora, um dos grandes sites dos curta-metragens não tem os 15min da obra disponíveis, coisas dos artigos, itens, alíneas… encontra-se no YouTube!
Postado no Lado D, faz lembrar de um texto que fala sobre as reformas e os novos estádios, diminuição da capacidade de público, ingressos mais caros, tudo repaginado em atenção ao modelo europeu.
Pra quem tinha uma galera dessa da Geral, imaginar que vai ficar como jogo da ATP de Tênis, sem fossos e ouvindo a respiração dos atletas, alambrados que virarão passado… Serão as UPP’s que recolocarão aqueles cidadãos arteiros no Maracanã? Ou a Educação, em crescente nível de qualidade? Os meios de comunicação mais vistos transmitindo menos competição e mais atenção à pessoa ao lado?
Cantam que “o processo é lento”, e no filme sobre o setor popular, necessariamente, passados alguns anos (filmado em 2005) e vendo a cirurgia bariátrica no Maior do Mundo, o teatro encenado por tantos tipos perdeu lugar para o econômico. Começaram pela Geral, reforma para os Jogos Pan-Americanos e a demolição quase total.
Exóticos para os bacanas, os geraldinos são para saber do Brasil, nas faces, fantasias, cânticos, personalidades adotadas pelas torcidas, verdadeiro arsenal de referências transponível aos meios sociais brasileiros, de alguma forma ligados ao Futebol.
Além de exumar a arquitetura do Maracanã, o êxtase das pessoas no setor mais heterogêneo do estádio intriga. Naquela praça esportiva, logo acima, outros setores – cadeiras, arquibancadas, camarotes – comportavam torcedores dos times da partida, porém tinha quem não os visse como exóticos.
Espontaneidade, autonomia – inclusive para o coletivo -, não importa o campo de jogo, causam na pessoa ao lado um probabilíssimo incômodo, o qual terá como chance de mutação os mais doentes infinitivos. Creem ele$, “No way out, Easy Rider!”.
Publicado em 07.04.2012