[ Marília Parente ]
ノ
Era um homem comum
Na comuna cresceu
Um bom filho de Deus
Firme em seu jejum
Imagine você
Sete tiros no corpo
Quem dirá?
Que um pobre rapaz sonhador
Ave Maria, tomou
Era a falta de sorte
Em seus braços tão fortes
Todo o céu desabou
Quando a moto tombou
Não se pode conter
A sina de um camponês
Da terra ver tudo nascer
Y para la tierra volver
São seus olhos fechados
No primeiro disparo
Você fala, eu me calo
Escutar é querer
Em suas trevas
Relâmpagos mortos
Sufocam a dor
O dedo no gatilho
O grito no estribilho
Que o medo calou
Um rei feito de aço
Sua bota a um passo
De domar o espaço
Sequestrar uma estrela
No chicote fazê-la
Aos poucos parar de brilhar
Bom escravo do Norte
Na foice da Morte
Os campos arar
Pobre coitado
Na solidão
De seu reinado
Sua prisão
Um fervedouro
Zé e Maria
Fé e agonia
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