Homens fardados


[ Faces do Subúrbio ]

De novo, a justiça é feita
Cinco homens armados com fuzil e escopeta
Cercam o negro na calada da noite
Que o mataram assim que acabou o açoite

Esse é o sistema usado, mesmo sendo errado
Não importa se você é inocente ou culpado
Militares ou civis, não importa quem são
São homens de sangue frio, sem perdão

Morros e favelas é sua diversão
Pois é lá que eles pregam a sua lei do cão
Acham que a morte é o seu ideal
Ideal desses que os tornaram marginais

E quem era do bem agora é do mal
Por culpa de um sistema cruel e infernal
Digo isso por que sei que não é mentira
Por que mesmo sem querer eu sou mais uma mira

De uma arma que esta em mão não confiável
Por que se eu vacilar serei mais um miserável
Que morreu sem saber nem como, nem porque
Pois assim a lei é feita e assim faz proceder

Nada podemos fazer pra se tomar providência
O único jeito é fazer parte dessa violência
E sem saber qual será a consequência

(Não confio na polícia, raça do caralho)

Polícia unidade feita para proteger
Não confio nela e nem pretendo ser
Mais um que faz justiça com uma arma na mão
Com uma farda no corpo e outro corpo no chão

Faço minha segurança pra me proteger
Não é pra matar ninguém, assim como faz você
Homens fardados, encapuzados
Procurando mais um corpo para ser fuzilado

Homens fardados, eu não sei, não
Se julgam os tais, os donos da razão
Homens fardados, eu não sei, não
Insistem em fazer justiça com as suas próprias mãos
Homens fardados, eu não sei, não
Se julgam os tais, os donos da razão
Homens fardados, eu não sei, não
Insistem em fazer justiça com as suas próprias mãos

Se julgam os tais, os donos da razão
Pois acabar com vidas é o seu lema, então
Seu principal alvo é um marginal sem dinheiro
Mas o traficante rico eles protegem o tempo inteiro

E a discriminação eles levam onde for
Seu prato preferido é um cidadão de cor
Ser negro pra polícia é ser um marginal
Ignoram os negros, seu valor cultural

Pois as leis, eles não cumprem direito
Seu trabalho é nojento e não tem jeito
Onde eles chegam chamam sempre atenção
Assustam em vez de proteger a população

Se eles te pegam por aí dando vacilo
Te matam pois esse é o seu castigo
Agora, amigo, preste muita atenção
Lute pelo seus direitos, direitos de cidadão
Que funcionam no papel, mas na prática, não

Mas mesmo assim não baixe a cabeça
Lute para que você nunca desapareça
Nas mãos desses covardes, bandidos
Que tiram vidas de pobres, de oprimidos

Por isso eu não me calo, eu sempre falo
Pois o Rap é minha arma, meu calibre pesado
Te passo toda e qualquer informação
Pois eu uso e abuso da minha liberdade de expressão

E eu não canto para agradar safado
Se você não gostou, que vá tomar no rabo
Pois esse é o recado, recado cantado
Pra vocês aí, homens fardados

Homens fardados, eu não sei, não
Se julgam os tais, os donos da razão
Homens fardados, eu não sei, não
Insistem em fazer justiça com as suas próprias mãos
Homens fardados, eu não sei, não
Se julgam os tais, os donos da razão
Homens fardados, eu não sei, não
Insistem em fazer justiça com as suas próprias mãos

(Não confio na polícia, raça do caralho)

Homens fardados, eu não sei, não
Se julgam os tais, os donos da razão
Homens fardados, eu não sei, não
Insistem em fazer justiça com as suas próprias mãos
Homens fardados, eu não sei, não
Se julgam os tais, os donos da razão
Homens fardados, eu não sei, não
Insistem em fazer justiça com as suas próprias mãos

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