Roteiro de notícia, eterna desconfiança: centenas de pesquisadores que em nome de alguma entidade da Europa hegemônica e/ou dos EUA criam ‘eventos’ jornalísticos a partir do científico. Se o tema for obesidade, a olho nu é possível diminuir o peso da hesitação.
Ingredientes: o número de obesos supera o de abaixo do peso; mais de 640 milhões de pessoas no mundo estão obesas; um em cada dez homens, uma em cada sete mulheres, 13% da população mundial; em quatro décadas – de 1975 a 2014 – triplicou entre os homens, de 3 a 10%, 6% para 15% entre as mulheres; em menos de dez anos chegará a 1/5 da população mundial, a maioria na China e EUA; no brasil, 15% da população, maior entre as mulheres. “O mundo está vivendo uma epidemia de obesidade!”, enfatizou.
Modo de fazer: ações coordenadas como reduzir preço de alimentos saudáveis e aumentar impostos sobre o açúcar (faz lembrar do uso do cinto, capacete, proibir o sal à mesa de bares e restaurantes, entre outros).
Nos noticiários, bem, a maior parte é recessão mundial. Retirada de direitos dos trabalhadores; demissões; trabalho escravo… Mas há, como curiosidade e pausa para jornalismo ‘do saudável’, meter nesta balança desigual lipídios anestesiantes, os quais em meio ao ‘o mundo anda uma merda’, figura como exótico no (des)informativo e próximo na hora dos comerciais.
Fora da dieta engordurante, sob referências à (falta de) liberdade democrática irrestrita, os silenciados da vez: Sudão do Sul, Iêmen, Somália, Palestina, Líbia, Síria, Iraque, calçadas dos grandes centros urbanos pelo mundo, mesa farta de imagens no cardápio do banquete dos mendigos.
O peso da indiferença que abocanha.