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᎒ “Falta de Amigos…”.
(por Maro Schweder)
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“(…) O objetivo dos perdidos e dos decadentes é destruir aqueles poucos indivíduos que ainda têm autonomia, independência, vida interior, que praticam a espiritualidade, o auto-conhecimento, que são indivíduos de fato.
Quando você é original, autêntico, você não é benquisto pelas pessoas, quando você tem ideias próprias e diferentes, as pessoas torcem o nariz para você: uma, porque elas não querem ouvir a verdade, a verdade incomoda a elas e somente indivíduos diferentes chegam à verdade, que desenvolvem a sua vida interior. Então quando um ser humano alcança um determinado estágio de desenvolvimento ele não é benquisto pelo grande rebanho por que ele incomoda, ele fala de coisas que a maior parte das pessoas não quer nem ouvir porque vivem em seu sono profundo, e as pessoas não querem acordar; e aqueles que querem acordá-las são rechaçados, são maltratados, são mal-falados, nós podemos observar isso muito bem no nosso dia-a-dia.
Indivíduos, autônomos e independentes não são aceitos no meio do rebanho porque o rebanho quer continuar a sua vidinha, a sua existência medíocre, vivendo apenas para as coisas mais superficiais: a comida, a bebida, a roupa, as vestimentas e as diversões baratas. A maior parte das pessoas vive para isso. E quem é um pouco desenvolvido não se sente bem no meio do rebanho. E tem poucos amigos nesse mundo de hoje. Uma pessoa desenvolvida tem poucos amigos, esse é o preço do próprio desenvolvimento. Nós vivemos num plano decadente e degradado, onde a maioria esmagadora da humanidade é constituída por pessoas decadentes e que não querem se desenvolver, e os desenvolvidos não vão encontrar os seus semelhantes no meio dessa imensa massa de decadentes. É assim. Então o preço do desenvolvimento espiritual, do autoconhecimento, é em certa medida uma “solidão”. Mas coloco solidão entre aspas, porque é um estar sozinho e ao mesmo tempo não estar, porque quem se conhece ele desperta o seu espírito e ele se abre para as irradiações espirituais que vêm de planos mais elevados que o terreno. E acaba se conectando com isso. Então um indivíduo desenvolvido ele está numa comunhão espiritual com irradiações que partem de planos mais elevados que o terreno e se sente preenchido, e não se sente solitário, por mais que vague solitário muitas vezes entre os seus semelhantes. E por incrível que pareça, aqueles que vivem no meio do rebanho, cheios de amigos, sempre festando, sempre se drogando, bebendo, fazendo putarias e um monte de indecências, essas pessoas se sentem sozinhas mesmo no meio do rebanho, cheias de amigos, porque, na verdade, nesse rebanho, as pessoas não são amigas, elas apenas fogem da sua decadência, da sua depressão, da sua infelicidade, das suas frustrações, as pessoas se refugiam no meio do rebanho, a imensa maioria da humanidade. E aqueles poucos indivíduos desenvolvidos, eles não se sentem bem no meio do rebanho e vagam sós, muitas vezes, têm poucos amigos. É assim.
O ser humano, ele precisa procurar os seus iguais, porque a partir do momento que ele se relaciona com os desiguais ele corre também o risco de decair, porque ele é arrastado para a lama pelos inferiores se ele não se precaver diante deles. (…)”
(MS)
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