Após mais de três décadas sem acesso à Libertadores, o Club Deportivo Palestino disputava a Pré-Libertadores. Era um representante do Chile que tentava outra vaga, uma vez que Colo-Colo e Universidad de Chile conseguiram a classificação normal, de início na Fase de Grupos do torneio latino-americano.
Jogo de volta, contra o uruguaio Nacional. Ida, nos Andes, vencera em casa, um a zero. E aqui, no intervalo entre as partidas, a divulgação do vídeo que, como gostam ultimamente de atribuir no ‘futebol moderno’, motivacional. Não deixa de ser e muito mais. As imagens e o sentido que as carrega são megafones. Pedras lançadas. Grito de liberdade, apenas, a fim de sair do gueto descarado ao qual estavam, e infelizmente, persiste. Passará, e cairão juntos os usurpadores.
Não é contentar-se com pouco, a vaga seria um detalhe, o clube é grande por si e dispensa slogans banais como ser campeão de tudo; eu tenho Mundial e você não tem; e o mal educado “eu tenho casa (estádio) e você não tem”. Ou o que vale a sala de troféus quando entre estes não há drible a mais um Muro da Vergonha?
Os charruas venceram a volta, e pelo gol tomado na vitória por dois a um, ficaram de fora.
O Palestino retornou à competição e no Grupo 5, entre rivais como Boca Juniors (Argentina), Montevideo Wanderers (Uruguai) e Zamora (Venezuela).
Por um triz não cruzou para a Fase de Mata-Mata, mas já era e, na condição de manter o status que importa, tem uma casa com dois compartimentos, Andes e Oriente Médio que os acolhe, fato que o transforma em campeão de tudo por levantar milhões de corações como troféus, no campeonato que não se compra os craques e se é campeão, o de viver a disputar as duras partidas por dignidade. (Ricardo S.)