Proibição democrática, a partida


| Imagem: Reprodução/www |

Com o argumento de “manifestação política” a Conmebol (Comenbol, para a maioria dos profissionais do Jornalismo Esportivo brasileiro) vetou a intenção do Corinthians de homenagear a “Democracia Corinthiana”. O movimento do início da década de 1980 (1982-1984) tem espaço garantido na memória do Futebol e da luta pela retomada da escolha eleitoral popular, quando o Regime de 1964 começava a negociar a trégua de poder com a fatia civil da política conservadora nacional. O hábito nestes anos de governos civis era dizer, com boa vontade, “redemocratização”, porém a impunidade mantém fantasmas, cria novos capítulos, um deles marca o retorno gradual desde Agosto de 2016. Portanto, a Comenbol, que de política utiliza e bem (mal) para interesses particulares, frustrou a homenagem do clube paulistano em jogo da Libertadores/2018. E se a celebração alvinegra fosse em partida contra clube de países que não cederam à onda de golpes patrocinada por estrangeiros na região, resistiria a Confederação a uma grana extra para deixar o recado numa partida em Caracas? Ou em La Paz? O time do Parque São Jorge tentará em âmbito nacional, via Campeonato Brasileiro… Honestas, estas representações regionais do esporte mais famoso, como as similares internacionais, cobrarão a proibição apolítica a fim de agradar à… política vigente. A diferença entre a liberdade oitentista do século passado e o extremo zelo atual “contra manifestação política” é o estágio de ambos períodos de exceção.

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