Do fundo à paridade

| Imagem: Reprodução/www |

As catástrofes naturais têm sido intensas, tanto que o Proyecto Haarp é lembrado. Que os rapazes do submarino argentino ARA San Juan sejam salvos, mas é inédita, comovente e desinteressada a rápida e massiva presença yankee para ajudar. Inglaterra idem. Quanto amor.

Procede que resgates em alto-mar demandem tecnologias miniaturizadas ou gigantes, trazidas o quanto antes a fim de não haver perdas humanas de operadores e dos necessitados da provável falha mecânica. Difícil deixar de associar ao K-141 Kursk, versão russa do que acontece agora nas águas do Atlântico. Com no mínimo o dobro de tripulantes, foi um dos temas mais expostos pela mídia ocidental naquele ano 2000, às custas de construir a versão de fragilidade da Rússia, o drama dos marinheiros que morriam a passos lentos.

Para os hermanos, o peso estratégico varia pela questão do caráter político do governo no poder, o qual ganha importância pela onda de submissão regional. Se a presidência tivesse as posições pró-Argentina da ocupante anterior, só comoção internacional para estimular tamanho aparato em desembarque. Existências como moedas geopolíticas. Quase 50 pessoas submersas, com origens comuns às da América Latina, num aparelho obsoleto, “mas é o que temos”, recondicionado para 30 anos de uso, enquanto os socorristas chegam com maquinários moderníssimos, embora sujeitos, em menor risco, a problemas como todas as coisas. Vêm, inclusive, das Malvinas ocupadas, o que por mais justa que seja uma boa ação, sabe-se que não há bondade em quem prejudicou/prejudica, e sim a reelaboração da exploração, agora sem disparar contra jovens mestiços obrigados por ditadores brancos a irem à batalha em torno de um dos temas cruciais para a nossa libertação, em 1982. De novo, usurpadores manipulam como bonzinhos. Heróis para tolos e mal-intencionados.

Sobreviventes ou não, que a reflexão continental faça parte dos que realmente dão a cara para bater, ainda que, entre compatriotas, os fardados mais agridam. As raízes são idênticas, uma hora terão que vê-las assim, e buscarmos em nome de milhões, não de algumas centenas, o direito à autonomia, à relação mais próxima de igualitária entre si e com outros países.

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