“uso responsável” da liberdade de expressão

Por que esquerda não se incomoda com avanço da censura?

Quem ousa enfrentar o regime sente na pele o peso do cerco à liberdade de expressão

Editorial

A censura avança no País sob o pretexto da “defesa da honra” de criminosos que apoiam o assassinato de crianças. O que deveria ser um direito democrático fundamental, garantido pela Constituição, está cada vez mais restrito por decisões arbitrárias do Judiciário. Juízes, em sua esmagadora maioria representantes da direita, interpretam a lei conforme seus interesses políticos e passam a punir qualquer voz que ultrapasse os limites do discurso domesticado, impostos para proteger os poderosos.

A esquerda pequeno-burguesa assiste a esse processo com complacência. Partidos como PT e PSOL, ao invés de denunciar a perseguição política e a escalada da censura, se acomodam no discurso do “uso responsável” da liberdade de expressão. Na prática, aceitam as restrições impostas porque acreditam que, ao não incomodarem ninguém, não sofrerão processos. Seus blogueiros e parlamentares, quando se arriscam a fazer alguma crítica, o fazem sempre dentro do enquadramento aceito pelo regime: atacar Bolsonaro de forma genérica, repetir chavões inofensivos e jamais defender de forma aberta os setores que realmente estão sob ataque, como o Hamas e a resistência palestina.

É por isso que, diante da luta palestina, a esquerda pequeno-burguesa se limita a frases piedosas: “os palestinos sofrem”. Mas recua diante da defesa explícita dos que lutam com armas na mão contra o sionismo. Se recusa a defender o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o grupo mais caluniado do mundo hoje. A razão é simples: temem os processos, as multas, as prisões. Ao escolher o caminho da boa conduta perante os tribunais, entregam de bandeja a liberdade de expressão ao arbítrio de um Judiciário notoriamente direitista e reacionário.

Enquanto isso, quem ousa enfrentar o regime sente na pele o peso da censura. Processos se acumulam, multas são impostas e até a prisão está na pauta. É a realidade daqueles que não se escondem atrás de frases de efeito inofensivas, mas que dizem abertamente aquilo que incomoda a burguesia, os golpistas e o imperialismo.

{ Diário Causa Operária }

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