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Ao final da noite ele reapareceu na mente, na forma de rápido e profundo vídeo com outro protagonista.
Percebido ao final da tarde, não pela ausência de uma das patas (dianteira) e sim graças à Aura de Ser perceptível em meio a humanoides que os invisibilizam desde sempre e nada significam a não ser (“s” minúsculo) buscarem na destruição dos raros algum sentido para o ocaso das suas vidas de mortos em… vida. Uma maioria movida pelo que não é da sua conta. E ela, a Aura Canina, que caminhava diferente entre aqueles estúpidos dormentes, seguirá invisível – “pelagem toda preta traz azar”, “sem uma perna”, “cachorro de rua”. Agem assim os que ainda não foram vítimas da gentrificação, bem (mal) como os bacanas das suas vizinhanças e das SUV’s que passam a atropelar, todos heróis da própria insignificância. Nunca intente procurá-los, para quem estiver nas suas miras é quase inevitável uma invernada, da qual desenredar-se terá um preço alto, ou o que eles preferem, a morte alheia para justificar suas vulgares teorias. Não pague para ver. Eles pagarão.
O Canis-Amigo passou não por pena, afinal, junto a outros três ou quatro estavam a tentar sobreviver num território de medíocres. Não veio à mente qualquer relato pré-condicionado, que poderia constar também a adoção. A Alma do transeunte canino fundira-se com a de quem o sentira sem Ordem nem Espécie, nem indiferença.
Horas depois, um audiovisual de segundos no infecto orbital 2.0; sem os seus dois braços dianteiros, cumpriu a Lealdade que na quase totalidade o sapiens sapiens não é digno de receber – ele vem em linha reta, dirigindo-se, salto a salto, impávido. Sensação que também foi ao encontro do âmago construtivo. Da memória sem correntes, chegou um de 1995, o terceiro como a versão real e criativa de ambos. Em música ainda mais os eleva.
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