Como se um cantar assustasse, rasgasse a mortalha dos mortos. Mortos vivos ou mortos… mortos. Logo ele, que pode ser a corte, a diversão, o dar uma volta por aí. Mas a legião humana impingiu o agouro, atribui a mim as incertezas, as preguiças, os atalhos diante do que precisa ser resolvido individual e coletivamente, entre humanos.
Pago a conta do ócio. Debaixo das minhas asas e por estar nas torres dos templos, somam-se dogmas. Impressiona que a alegria seja transformada em prevenção ou intensidade de medos do único ser inteligente da Terra. Levo o azar aos lares felizes, bem resolvidos e organizados que povoam toda a extensão do Planeta Azul.
Escrevem sobre mim na internet : “Quando as corujas-das-torres acasalam, tornam-se parceiros para a vida toda”. Dou este novo mal exemplo. Em tempos de ligações líquidas, quanta defasagem deste animal irracional que o escreve.
Cantar, não, é o sobrevoo do atraso premonitório nos lares, doces lares. Igualmente não posso ser fitado, os olhos arregalados da visão além, soube, mete medo. Assombra. A minha cara esbranquiçada. Todas as faces modificam-se pelo que entra, pelo que sai, e este Tyto alba, mais um vivente na Ecologia do nasce-cresce-morre, carrega o ranço. A inveja. O medo que não está na representatividade do status quo e nas galerias online, porém quando da minha música…
Pensa que há lamento neste canto escrito? No joda. “Olha que eu fumo e tusso fumaça de gasolina!!!”. Saia da superfície e venha voar para sentir. As mortalhas são de quem as veste. Ou vive para cosê-las. Para mim, as torres são abrigos, e não inacessíveis, de prostração, para príncipes e vassalos. Do alto, vejo os insetos, os ratos e os medos. À vontade para delegar suas desfaçatezes, xamanizo-as.
#Rasga-Mortalha #Dilacera-Covarde
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“Seamos la pesadilla de los que pretenden arrebatarnos los sueños.“
(Un Rosarino)