Sobe, desce, sempre

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Já que vai fazer a reforma no gramado, bom mudar o astral. Colocar um buda urbano feito de material reciclável, diz que traz bons fluidos. Daquele amigo que estuda Ecosofia e é sociólogo de causas de timeline; disse que deve colocar umas moedinhas para alegrar a proteção na impermanência. Mais três sofás de ferro, em círculo – não esquecer desse detalhe precioso – cada um com uma cor: verde, vermelho e laranja; tem que ser nessa ordem, senão quebra a corrente oriental metropolitana, onde há “mercado”, e um não é nada, e todos, um amontoado.

A gangorra? Vender por 100 reais, não dá, custou 350, há quase três anos. O filho da empregada já está grande, nem para doar. Coloca naquele canto, chato é que se cair, arranha as pernas no chão de cimento. Mas é o único jeito, e pagar a alguém para fazer uma arte na parede. Temas da Natureza. A correria fica por lá, não estraga mais o gramado. Por isso é bom renovar. Renovar a vida. Preparar para acreditar em duendes humanos estilizados da selva urbana, rolar como patinho na esteira de tiro ao alvo de parque de diversões: aguardar o disparo em cheio na têmpora direita e virar um novo ursinho de pelúcia entregue como… novo prêmio para… novo caçador. Vale é o tiro e a queda! Afuera de la província, gusanitos, nada despiertan.

A calculada experiência-patropi que entra e sai pelos umbigos, através do espelho narcísico dos aturdidos. Que faz cumprir a sina. A gangorra, impávida no pátio. O dia após o outro.

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