A Noite Mais Fria da Cidade

[ Rafuagi ]

ノ

(Ontem, hoje, sempre) Ocupar, resistir
(Ontem, hoje, sempre) Ocupar, resistir
(Ontem, hoje, sempre) Ocupar, resistir
(Ontem, hoje, sempre) Ocupar, resistir

Da margem pro centro, um centro sem margem
Ocupem atentos, espalhem a mensagem
Não é paisagem a imagem que vê
Violência por quê? Viemos debater

Memória coletiva, ainda hoje viva
Lembramos o soco e o horror de estar na rua numa noite fria
Despejo e covardia, direito à moradia
Na cidade que finge não ver, o Estado violenta a democracia
Um ser longe de casa, uma casa longe do ser
Alarme que soa, sirene que liga, o pai que se humilha pro filho não ver
A mão que atira sem coração, na missão violência e despreparação
Quem entende o processo, sabe o retrocesso que é ver quem luta no chão
Quem faz inclusão enquanto eles excluem? Lá eu fui
Reescreve a história que a eles possui! Usufrui
Não falha comigo nem com o coletivo, sabemos tem como viver todos bem
Sem admitir como aconteceu, quem julga e nunca viveu

Faltou atendimento a quem tem necessidade
(A Noite Mais Fria da Cidade)
Tiro, porrada e bomba por querer dignidade
(A Noite Mais Fria da Cidade)
Da margem, pro centro, direito a periferia
(A Noite Mais Fria, A Noite Mais Fria)
Ocupar, resistir de verdade
(A Noite Mais Fria da Cidade)

De onde eu venho, pra onde eu vou
Amanhã é incerto, esperto eu tô
Se fica tranquilo no brilho da Lua
Na Noite Mais Fria estamos na rua
Angústia consome, não sei explicar
Com tantos espaços cadê meu lugar?
Difícil, insisto, persisto em lutar
Soldados do Estado que eu vou enfrentar
Minha arma é minha voz, meu sangue e suor
Papel do inimigo eu sei de cor
Mandado de lá sem vez e sem voz
Não entende direito por que é o algoz
Respeito perdido, direito tirado
Mocinho, bandido, quem é o culpado
Achado, perdido, sem dono acuado
É pobre, sem cobre, acesso negado