Conflagrações pueris

| Imagem: La Branche de Cerisier/William Bouguereau |

Antes documentários escritos; nas últimas décadas, a tendência é ficção. Livros de guerra desembarcam em missões de editores, (nem tão) verdadeiros generais, quer em recrutamento de reportagens-safári em coletivas de imprensa nos hotéis e souvenires imagéticos em terras arrasadas, sob as ordens de não entregar a realidade tal no Vietnam, quer em imaginações adocicadas com ‘O menino’, ‘A garota’, ‘O blogueiro’, ‘A adolescente’. Alepo, em ruínas e esvaziada por mortes e êxodo populacional, havia conseguido os relatos jornalísticos nas zonas de exclusão, por outro lado, ao menos uma das crianças castigadas foi transformada em fantasia. Que se não ganhou, terá versão cinematográfica; premiações; feiras do livro; ensaios em cadernos de cultura; dezenas de tiragens; quase tudo desde países que rejeitam nos seus domínios, com igual veemência do fetiche literário, quem tenta sobreviver fora da mesma cidade síria. Vulgo ‘refugiado’. Terrorista. Sujo. Inferior. Mandar de volta, sumir no mar ou subemprego. E rios de lágrimas pelos personagens fictícios.

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